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Técnico alia enfermagem e afeto para cuidar de pacientes com Covid em MS: 'Arrumo o cabelo e até canto para eles'

Por Nelson em 05/07/2021 às 14:55:12

Wilsomar da Silva trabalha na área da Saúde há 25 anos e para ele: 'aliar a técnica da enfermagem com o amor, nunca foi tão necessário quanto neste momento de pandemia'. Wilsomar da Silva trabalha há 25 anos como técnico de enfermagem

Wilsomar da Silva/Arquivo pessoal

Afeto, amor e enfermagem. Atualmente, os sentidos e a ligação entres as três palavras nunca foram tão presentes para Wilsomar da Silva, de 48 anos, que trabalha na área da Saúde há 25. Nos plantões, o técnico de enfermagem além de ajudar nos procedimentos técnicos, corta cabelo, maquia, lê livros, conta histórias e leva música para os pacientes infectados com o coronavírus.

Wilsomar contou ao G1 que a ideia de oferecer um atendimento mais humanizados aos pacientes começou há muitos anos, porém resolveu tornar público recentemente. "Antigamente não tinha redes sociais para postar as coisas, então só agora que está repercutindo. Não foi eu que divulguei, mas uma amiga minha que fez a primeira postagem e me motivou. Está sendo muito lindo ver a repercussão do que estou fazendo".

Este lado mais humano da enfermagem, como o técnico chama, é visto no tratamento diário dos pacientes. Wilsomar disse que após pentear o cabelo e passar um batom nas pacientes, ou até mesmo colocar uma música para aqueles internados em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), consegue ver a reação otimista das pessoas.

"Eu vejo que tem uma reação quando os pacientes começam a ouvir. Vejo no monitor a reação da arritmia do paciente, percebo que eles estão sentindo. Faço vídeo chamada com pacientes e familiares, vai muito além, trago afeto e amor", detalhou.

Wilsomar lendo revista que uma família enviou para um paciente intubado.

Wilsomar da Silva/Reprodução

O técnico de enfermagem também sofreu com a falta de afeto no começo da pandemia. Wilsomar relembra que ao chegar em casa, ele não pôde abraçar os filhos, então, se viu no lugar dos pacientes que não podiam receber visitas e só dependiam do "lado humano" dos profissionais da Saúde.

"Os pacientes estão tão carentes ali. Eles não recebem visitas, não podem receber a família por causa do Covid. A falta de afeto que os pacientes têm, por não estarem recebendo as visitas, de certa forma eu também tinha, porque chego em casa e não posso ter contato direto com os meus filhos. Eu vivo isso tudo em casa", compartilhou.

Os sentimentos de Wilsomar são compartilhados com os dos pacientes. Para ele, a atitude de amor ao próximo é o "verdadeiro trabalho da enfermagem". "Além de aliar a técnica, eu entrego o afeto. Estas duas coisas devem andar juntas", finalizou.

Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

Fonte: G1

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